quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Bicentenário de João Lisboa ganhará várias homenagens da Academia Maranhense de Letras


Benedito Buzar, presidente da AML (Karlos Geromy/OIMP/DA Press)
Benedito Buzar, presidente da AML


2012 é o ano de João Francisco Lisboa (1812-1863). A declaração foi dada pela Academia Maranhense de Letras em homenagem ao bicentenário de nascimento do escritor, jornalista, filósofo e historiador que é considerado pela Academia Brasileira de Letras um dos grandes autores clássicos do Brasil. Nas palavras do escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, Arnaldo Niskier, João Francisco Lisboa "viveu 51 anos intensos e prestou relevantes serviços ao Brasil resgatando importantes documentos históricos quando trabalhou em Portugal intimamente ligado ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, de que tinha a honra de ser sócio".


A exemplo do centenário de sua morte em 1963, em que a Academia Maranhense de Letras promoveu uma série de atos públicos em memória do filho ilustre, também hoje, a partir das 18h acontecerá uma vasta programação para render homenagens ao trabalho e contribuição que João Lisboa deixou para o Maranhão e Brasil.


A programação começa às 17 horas, no Largo do Carmo, com a colocação de placa na base da estátua do grande jornalista maranhense. De acordo com o acadêmico Benedito Buzar, é uma forma de dar visibilidade à estátua do escritor, colaborando para a sua identificação por parte dos turistas e estudantes. "Às vezes quem passa não conhece, quer saber quem é e essa placa vai permitir que o conjunto da obra fique completo", afirma. A restauração da placa retirada da estátua há anos pela ação de vândalos ficou a cargo da AML.


Em seguida, já na sede da AML, na rua da Paz, o acadêmico Sálvio Dino profere palestra sobre a vida e obra de João Lisboa. Posteriormente serão entregues medalhas a diversas personalidades e o encerramento será com o lançamento de dois livros sobre João Lisboa: João Francisco Lisboa, O Timon Maranhense (Edições do Senado Federal/2012) e Notícias Acerca da Vida e Obras de João Francisco Lisboa (Edições AML/2012). Os dois livros serão vendidos no local pelo preço de R$ 20 cada.


João Francisco Lisboa nasceu em Pirapemas, no dia 2 de março de 1812 e faleceu em Lisboa no dia 26 de abril de 1863. Os restos mortais do notável historiador só chegaram a São Luís no dia 24 de maio de 1864, e, por decisão da Câmara Municipal, foram enterrados na capela-mor da Igreja do Convento de Nossa Senhora do Carmo.


Lisboa foi militar, político, historiador e crítico dos costumes de sua época. Trabalhou nos jornais Farol Maranhense, Eco do Norte e Crônica Maranhense. Foi acusado de participação na Balaiada (1838-41) e defendeu a anistia aos insurgentes da Revolução Praieira (1848-49). A escrita era sua arma de contestação.


Depois do desencanto com a vida pública, passa a se dedicar ao Jornal de Timon, sua obra de maior destaque, cujo primeiro número foi impresso em 25 de junho de 1852, com 100 folhas e totalmente redigido por ele. Tal feito o fez entrar para o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro por indicação do também maranhense Gonçalves Dias. "... queria dizer-lhe que o havia proposto para sócio do Instituto; esse título é hoje alguma coisa cobiçada, ainda que tenha sido, há bem pouco tempo, conferido, e talvez mesmo oferecido sem muito escrúpulo. O seu Timon foi a ocasião da proposta" (trecho da carta de Gonçalves Dias enviada a João Lisboa em 1853).


MONUMENTO A JOÃO LISBOA

A estátua em homenagem a João Lisboa, que também dá nome à praça, foi erguida em 1918 e esculpida pelo artista francês Jean Magrou, em comemoração ao centenário do ilustre. Inicialmente ela foi fixada no Largo do Carmo, em frente à Igreja, depois, em 1941, deslocada para a atual Praça. Sob este monumento estão as cinzas do ilustre patrono da cadeira nº 11 da Academia Maranhense de Letras.







De acordo com Benedito Buzar, à época a cerimônia, presidida pelo governador do Estado, Antônio Brício de Araújo, mobilizou toda a cidade. O prefeito de São Luís, Clodomir Cardoso, o bispo diocesano, Dom Francisco de Paula e Silva, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Valente de Figueiredo, o presidente do Congresso do Estado, deputado Carneiro de Freitas, numerosas autoridades e uma incomparável multidão, também participaram do auspicioso evento.


Da Academia Maranhense de Letras, compareceram os acadêmicos José Ribeiro do Amaral, Domingos Barbosa, Alfredo de Assis, Godofredo Viana, Fran Pacheco, Justo Jansen, Barbosa de Godois, Inácio Xavier de Carvalho e Almeida Nunes.


"Essa programação vai marcar as festividades do bicentenário que a Academia Maranhense de Letras não poderia deixar passar em branco, tendo em vista a contribuição de João Lisboa, e o que ele representa para literatura do país", comenta Buzar.

FONTE:O Imparcial

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