Abeelinos em 1ª sessão de posse e diplomação-12.05.2001 |
2001 >> 2020...
Um
breve mergulho em nossa história
Tudo
começou no final do ano 2000, quando alguns nomes ligados às Letras locais
sentiram a necessidade da existência de uma instituição formal que congregasse
esses poetas, escritores e literatos em geral, bem como imortalizasse nomes já
consagrados da nossa literatura como o poeta Brasilino Miranda, o padre
escritor João Mohana e nomes circunvizinhos como o do pedreirense João do Vale.
A
ideia inicial acha apoio e repercussão nos bancos do curso de Letras da
Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Campus do CESB, através de
professores como Edelves Barros e Waltersar Carneiro, mestres por quem já
tinham passado alguns acadêmicos de Letras, que mais tarde seriam membros da
futura Casa Literária. Assim é que o poeta Zezinho Casanova, estimulado pelas
teorias da universidade, ver um momento propício para a Literatura local se
firmar como instituição. Para isso, o jovem literato leva a ideia a outros
amigos congêneres.
Símbolos da ABL, um projeto de criação por Aline Freitas |
Nesse cenário, destacam-se nomes como Costa Filho, já
conhecido na cidade, que abraça a causa, tornando-se o “secretário-carteiro”,
contribuindo na redação de documentos e entrega deles a poetas ainda não
irmanados na causa. Nessa Comissão Pró-ABL, destacam-se, de modo pontual e
assíduo, os primos Eduardo e Aline Freitas, que, com seu vasto acervo literário
e experiências advindas da leitura, do Direito e de recitais na Capital foram
de suma importância na elaboração do Regimento da instituição. Ela, ainda com
17 anos de idade, e não menos informada e habilidosa, se faz até então a
primeira e talvez a única imortal de menor idade a adentrar às portas da ABL,
graças à sua maturidade, seus múltiplos talentos e sua produção invejável.
Seria dela a autoria dos símbolos da instituição. Já Liduína Tavares e Iraide
Martins tiveram também relevante papel por suas experiências, quer pelo
conhecimento da funcionalidade de grupos e instituições, quer pelo engajamento
na área educacional ou artística, dando ao nascente grupo uma credibilidade
alicerçada também no seu talento com a palavra-oratória e com a palavra-arte.
Ao sábio e paciente Raimundo Sérgio, coube o aconselhamento em sua voz de tom
baixo e o valor de suas trovas, muito bem organizadas.
1ª sede da ABL, R. Rui Barbosa, Centro |
Ao generoso
Pedrenrique Coe, veio a natural incumbência pela mediação de conflitos, mas
sobretudo, a disponibilidade de sua residência para as reuniões. Foi na Rua Rui
Barbosa, na mesma casa onde morou seu patrono Almir Garcez Assaí, que
funcionaria o primeiro endereço e sede da ABL.
É
entre poesia, leis, humor, percalços e contratempos, que, após muito embate e
cerca de três meses de discussão em torno do tema, que esses e outros
literatos, fundam, em 24 de março de 2001, a Academia Bacabalense de Letras,
carimbando assim o surgimento formal da instituição ícone do ramo literário de
Bacabal e região do Médio-Mearim. A posse, se dá em 12 de maio, quando 16
membros-fundadores se tornam os primeiros “imortais” das Letras bacabalenses.
Mas
chegar a esse ponto nobre e histórico não foi tão simples. As origens de uma
ABL, hoje com 19 anos, guardam um período curto de intensa luta, estresse
físico, cansaço mental e embates diversos. No caminho de quem procurava se
firmar, a instituição iria encontrar pedras e barreiras de ordem institucional,
como ausência de quórum e assembleias frustradas; de ordem jurídica, como critérios
de filiação, regimentos e até mesmo dúvidas sobre a nomenclatura oficial da
instituição; de ordem pessoal, já que nem todos os poetas e escritores locais
se dispuseram à luta ou não acreditaram na posposta; e de ordem política, visto
que o poder público da época, por não entender os objetivos de uma Academia de
Letras, terminou criando um embate velado entre a nascente instituição e
governo local.
"Casa Chagas Araújo", 2ª sede-ABL |
Não obstante, a ABL venceu e se tornou, com orgulho, a maior
representante de nossa cultura literata com objetivos apartidários de
representar o povo e sua história através da prosa, do verso e do teatro,
elevando os patronos da instituição e seus membros ao patamar de cátedros
imortais, pelo título vitalício de fundador e posse numa das 40 Cadeiras efetivas,
ou numa das 15 poltronas para membros não nascidos ou residentes em Bacabal,
mas que, sendo poetas ou escritores e morando em qualquer lugar, venham a se
filiar.Apesar
de em sua trajetória, a ABL ter caminhado sem a devida visibilidade que a
instituição merece, ela sempre esteve viva, está viva e assim continuará,
imortal como seus membros. É certo que muitos bacabalenses ainda não têm ou têm
pouco conhecimento sobre essa Casa Literária, ainda um tanto anônima e sem sede
própria, mas com status "on" permanente daquilo que a define melhor:
a criação literária. Assim é que seus membros, além de nunca pararem de
produzir, ao longo desses 19 anos, têm participado de modo individual,
coletivo, representativo ou institucional de recitais, encontros, fóruns, conselhos,
mostras, exposições, lançamentos, sessões públicas e cerimoniais da própria
instituição e junto a outras academias e instituições afins.
A
ABL já publicou duas coletâneas com amostras da produção de seus membros (2005
e 2015) e uma terceira, a "Coletânea do Centenário" está no prelo da
editora e no aguardo de seus membros para ser lançada brevemente.
Atualmente,
em seu quadro de filiados, a ABL conta com 25 membros efetivos e três
correspondentes; e, de todos os membros, cinco “in memoriam” e três Cadeiras em
vacância.
Já
estiveram à frente da instituição, no cargo de presidente: Francisco José da Silva
(Zezinho Casanova; João Batista da Costa Filho; Cláudio Henrique Pacheco
Cavalcante, bem assessorado por sua vice Aline Freitas Piauilino; e Liduína
Francisca Tavares de Sousa Lima, cada um deixando seu legado de esforço e
trabalho. Relação de membros efetivos e patronos, mar./2020 |
Relação de membros correspondentes e patronos, mar./2020 |
Para
se filiar à ABL e preencher uma de suas poltronas, o literato se inscreve por
meio de edital, depois do que sua obra será analisada por uma Comissão de
Parecer da própria Casa, considerando conteúdo, forma e originalidade literária,
ou seja, o não plágio. Alcançando unanimidade nos pareceres, o pleiteante é
notificado, marcando-se a sua posse como imortal.
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(Costa Filho, membro-fundador da ABL, Cadeira 2)
(Costa Filho, membro-fundador da ABL, Cadeira 2)
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